quarta-feira, 26 de março de 2008

Jogar canasta, jogar poker de dados...

Hoje apetece-me falar da canasta, do poker de dados e do jogo da macaca ou até do jogo das almofadinhas.

Estes três jogos representam três fases das minhas memórias e a ordem está invertida cronologicamente.
Do Colégio lembro-me da ansia de dar o toque (para intervalo) para ir jogar ao mata, ao jogo do lenço e à macaca na varanda/terraço, ou para ir a correr arranjar equipas para jogar às almofadinhas ou para trocar papel de cartas ou cromos de cadernetas...
O jogo do poker de dados faz-me lembrar as temporadas das férias de Verão em Porto Côvo com as minhas amigas de sempre. Jogávamos os dados em qualquer lado, a qualquer hora, por tudo e por nada. Lindo! Tenho saudades de ter e partilhar esse vício....apetece-me retomá-lo.
Agora, nestas férias em família, na sexta-feira santa e no domingo pós-aleluia, joguei com fervor e entusiasmo, o ritual da saudosa e desejada canasta.

Desde pequena que vejo os meus pais e amigos jogarem efusivamente até às tantas da madrugada e desde então que acompanho esse gosto... talvez por isso ou talvez não, rendi-me à devoção a este familiar acto cultural popular.
Há até muitas competições de canasta por aí... mas ainda não cheguei a tanto.
Na verdade, sinto que Pavlov não foi nada tolo quando inventou a associação magnífica da cenoura e do coelho, porque também eu dei por mim a salivar e a ultrapassar psicologicamente o esticão físico da viagem de 380 km para chegar à "princesa das aldeias", pelo prazer e com o "brilhozinho nos olhos" por saber que iria poder jogar canasta.
É meu dever esclarecer que também contribuiram, naturalmente, as SAUDADES dos tios e dos primos, dos passeios a pé pelo campo com giestas e amendoeiras em flor, das saladas de merujes ou de rabos (sim, rabos!) à mesa colhidas no próprio dia, de deixar o carro parado durante dias à porta de casa, de avistar a serra da Vieira e da Marofa, de beber um copo na casa de quem se gosta e até mesmo no bar do castelo de Castelo Rodrigo, sempre iluminado tipo ovni à noite... a Freixeda é fixe.

A canasta também. Tem ciência e exige quatro parceiros que dominem o jogo para a adrenalina estar no ar.
Neste jogo de cartas, a ideia é fazer-se uma canasta, como já se esperava. Uma canasta é um conjunto de três ou mais cartas iguais de quaisquer naipes, acompanhados com os necessários bestes (que são os dois de qualquer naipe ou os jokers), tendo no final que perfazer sete cartas.
Depois, há jogos de manga, há canastões, há blufs, há piscar de olhos, sorrisos, stresses e gargalhadas, há aflições, há nervos, há gritos de prazer e de raiva... é maravilhoso jogar canasta e é um vício de que não abdico.

Desta vez, constatei com naturalidade tal como Pavlov, que não é só na condução que se atesta a personalidade de cada um, também no jogo isso se pode ver sem dificuldade.
E mais ainda, constatei que é preciso espalhar esta notícia porque são poucos aqueles que sabem o que é a canasta e qual é a sua arte.
Faço aqui um apelo para que tentem aprender... e desde já me disponibilizo para ensinar o que sei a quem queira aprender... o pequeno problema é que para tal acontecer, teremos de encontrar pelo menos três curiosos nesta arte.
Digo mais, quem aceitar tamanha façanha, ganha um jantar a quatro na minha casa, seguido de uma partida de canasta, claro.
Aprendam canasta, meus amigos. Espalhem a notícia!

terça-feira, 18 de março de 2008

S.O.S!... a arte da escolha dos meus primeiros sapatos de tango a sério



Desenho: José Geraldo Martins


Serve o presente post como pedido de ajuda na arte da escolha dos meus primeiros sapatos de tango genuínos!
Não é fácil escolher os meus primeiros sapatos... gosto de demasiados.
Gosto de muitos pares, gosto tanto de salto alto como baixo, fechados à frente e atrás como abertos à frente, de lado e atrás... qual o modelo mais giro?... são "todos diferentes mas todos iguais"... e qual cor escolho? gosto de tantas, em vermelho, preto, prateado, verde, branco, laranja e escolho liso ou com várias cores, às riscas ou... a verdade é que só posso encomendar um.
Vou aproveitar a viagem a Buenos Aires da minha professora Miriam, para lhe encomendar o par de sapatos mais lindo que lá há... mas como se vê ainda não sei qual é.
Lembrei-me assim de pedir ajuda aos meus fiéis e pacientes leitores cibernautas.
Que par de sapatos me sugerem?
Espreitem os seguintes links de sapatarias famosas de Buenos Aires:
http://www.lologerard.com/
http://www.flabella.com/
http://www.victoriotangoshoes.com.ar/

domingo, 16 de março de 2008

Festivais de Tango Argentino

No ano passado, muitos dos meus amigos juntaram-se e ofereceram-me uma prenda de anos inesquecível!
Guardei para sempre, quer esse momento, quer a experiência que essa prenda fabulosa me proporcionou...
Foi incrível dançar com quem sabe e domina os passos, comandos, postura, ritmo e técnica do tango argentino... senti-me uma rainha naqueles instantes... parecia até que sabia dançar tango... voei pelo chão da Voz do Operário, com um sorriso nos lábios e confiante que um dia saberia mesmo dançar bem o tango.
E ironicamente, agradeci ao universo por afinal não ter par para dançar no Festival porque graças a isso, dancei sete vezes com o professor xpto naquelas aulas... o que mais nenhuma rapariga conseguiu!
Ontem, descobri que alguns desses momentos que lá vivi se imortilizaram... no video promocional do FTL2007.
Ora vejam lá se me descobrem:


E este ano, quem vem comigo ao Festival Internacional de Tango em Lisboa?

Ou ao III Encontro de Tango no Porto, já nos dias 11 a 13 de Abril?

sexta-feira, 14 de março de 2008

Nouvelle Photo, uma descoberta no Forum Dança



Para mim, a mais valia e a magia de fazer cursos aqui e ali é não só aprender coisas novas que nos enriquecem, como conhecer pessoas novas e criar novos laços, descobrindo assim novos mundos.
No meu curso de Direitos de Autor no Forum Dança do mês passado, descobri a Elisabete.
Calhou o único lugar no primeiro dia ter sido ao lado dela e depois, como tinha uma festa de anos no dia 8 de Fevereiro, pedi-lhe para me guardar folhas novas que a professora nos desse... e foi assim, por nada de especial, que se criou um laço entre nós.
Lembro-me de ela ter comentado uma vez, no intervalo das nossas aulas, que tinha enviado uns dias antes, umas fotografias para um projecto para as Américas e que se tinha divertido imenso.



Nunca ela imaginou que esse trabalho seria seleccionado para uma exposição famosa em New Jersey! E eu acreditei nela...! Parabéns, Elisabete!

Foi por isso e por ter ficado fascinada pelo trabalho dela, que decidi partilhar a Nouvelle Photo da Elisabete Maisão convosco. E porque obras intelectuais tão originais e geniais como estas merecem ser divulgadas e reconhecidas!!



Esta foto dela foi criada para o Festival do Chocolate de Óbitos deste ano.
Digam lá se o nacional não é bom, hein?

quinta-feira, 13 de março de 2008

Agora é só festas... será por causa da chegada da Primavera?


Mais uma festa dos anos 70 e 80 no mesmo fim-de-semana... desta vez, com projecção de filme e concerto ao vivo.

"Na próxima sexta-feira dia 14 de Março, a Void Creations vai realizar mais um dos seus festões em parceria com a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e o Núcleo de Programação Cinematográfica. A festa, denominada Exploding Plastic Inevitable em homenagem às míticas sessões organizadas por Andy Warhol na Factory, irá ocorrer na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa a partir das 21h30.
O plástico rompe-se por volta das 21h30 com a projecção do documentário "The Velvet Underground and Nico" de Andy Warhol. Pelo sim pelo não, a sessão será acompanhada de uma hora de bar aberto a cerveja; isto porque o documentário requer um estado de atenção e de percepção deveras apurados.
A explosão irá ocorrer por volta das 23h00 com um concerto ao vivo da banda Moksha que nos irá brindar com uma hora eclética de covers de Velvet Underground, acompanhados de projecções de concertos ao vivo dos Velvet Underground.
Pelas 24h00, o inevitável irá surgir com a abertura de duas pistas de dança com diversos sets de dj's:
• Pista 80's / Electro:
- Zero One
- Serotonin
- Lena Cat
- Guests
• Pista 60's / 70's:
- Colectivo aefcsh
São ao todo dois espaços de música e ambientes diferentes a funcionar das 21h30 às 06h00, que se complementam para ilustrar o conceito Exploding Plastic Inevitable."

Estou curiosa! Vai ser um fim-de-semana retro, intenso e bem agitado...
Curiosamente, a Faculdade - onde estou a tirar uma pós - decidiu suspender as minhas aulas neste sábado, para celebrar o dia da Universidade.
Perfeito!
Nada é mesmo por acaso.
O acaso não existe.
Não há coincidências.
O destino cumpre o seu destino.
Concordam comigo?

Patrick Watson hoje na Aula Magna


Hoje descobri Patrick Watson, pelas mãos virtuais do meu estimado orientador musical que eu tanto adoro e admiro... foi ele quem me apresentou os PIXIES! e muito mais...
Pena é ele ter adormecido nestes últimos anos... por exemplo, só hoje me ter avisado que Patrick Watson vai hoje à Aula Magna... mas eu acredito ainda na sua ressureição.
Obrigada, primo lindo. Tenho fé em ti, no teu regresso como musical personnal trainer bem como no teu regresso às aulas de tango argentino.
A música deste cantor é doce e suave... dá para ouvir enquanto se trabalha.
E foi por isso que decidi escrever este mini-post.

terça-feira, 11 de março de 2008

"Fernando e Gabriela" do Teatro da Trindade


Sexta-feira passada fui ver a peça "Fernando e Gabriela" que está no Teatro da Trindade, de 6 a 29 de Março, do Gato que Ladra, Associação Cultural.
A peça é castiça e bem disposta... fez-me lembrar o baile da festa da terra do meu pai, a Freixeda do Torrão, aonde irei passar mais uma Páscoa em família, desta vez rodeada dos meus seis primos mais novos da Freixeda e do meu afilhado de Lisboa, a futura geração das minhas raízes.
O ano passado na festa da Freixeda, convidaram a Mónica Sintra!!!... confesso que falhei essa bela festa pimba... é sempre em meados de Agosto, com um calor abrasador e demasiados migrantes e emigrantes para socializar... prefiro ir na Páscoa com as amendoeiras em flor ou nas geadas do Natal ou na época pré-vindimas dos meus tios... sim, porque fazer vindimas é uma estuxa do pior! Não é um acontecimento tão apetecível e engraçado como se imagina...


Comecei desde cedo a ajudar nas vindimas da minha tia Lena... cheguei mesmo a levar amigas para participar em tamanho evento... uma das minhas amigas, na primeira noite teve pesadelos, só via uvas e mais uvas, parreiras e uvas por todo o lado... é uma verdadeira violência a vindima!
Apanhar uvas, de tesoura na mão e rabo para o ar, à torreira do sol, com sede e dores de coluna, sempre sem parar, de sol a sol, é algo inesquecível que eu fujo e tento evitar de há uns anos para cá... tem a sua piada em família, mas ultimamente, tenho-me apenas oferecido para "aguadeira"! Levo a àgua a quem sonha por ela... toda a gente me recebe com um sorriso, na verdade participo nas vindimas, tenho até, um papel essencial que ninguém esquece e toda a gente anseia... e safo-me à canseira do "rabo para o ar", salvo seja.
Fico de rastos nos dias seguintes ao fim-de-semana das vindimas e por isso, já estou traumatizada para o restos dos dias da minha vida... "não é trabalho para uma rapariga urbana", esta é a minha justificação formal, anti-peso de consciência e socialmente aceite... às vezes, dá jeito fazer uso deste tipo de preconceitos, quando são a nosso favor.
Retomando o meu comentário à peça do "Fernando e da Gabriela"... diverti-me, dancei por dentro e cantarolei até. À sexta à noite, depois de um dia de trabalho, sabe bem uma peça assim, que não obriga a pensar e que obriga a (sor)rir... pôs-me bem disposta! Tem dois actores talentosos que se transformam em palco, com músicas cantadas por eles ao vivo, com letras humorísticas particulares e tem ainda a fabulosa luz cénica de um amigo, o meu único amigo que dá à luz... e que, como sempre, brilha e faz brilhar os artistas/actores.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Max Richter - From the Rue Vilin

Eis um videoclip lindo... a música, a dança num telhado e o pôr-do-sol... lindo. Hummm.... os passos de dança parecem-me salsa...

terça-feira, 4 de março de 2008

XANAX, a disco que eu sempre procurei




Descobri o Xanax numa noite destas numa festa de aniversário de uma amiga.
Era uma festa privada de aniversário, com a DJ Lara e Marta... parece que no Porto são conhecidas por Gigi. A música delas é fabulosa! Passou ABBA, Doce, tudo e mais alguma coisa dos anos 80!
Foi maravilhoso... há tanto tempo que não me divertia assim em Lisboa. A minha vontade era ligar a todos os meus amigos que eu sei que também comigo ficariam a dançar até parar por exaustão...!
E o melhor de tudo é que essa festa vai repetir-se em breve, já no sábado, dia 15 de Março!
E às 5ªas, pelo que percebi, é a noite dos Erasmus e passa musiquita comercial para dança que não se ouve em lado nenhum excepto na Cidade Fm... gosto muito das músicas desta radio mas odeio o reportório dos locutores... irritam-me muito e fazem sentir-me que tenho onze anos e que não sou o target deles... é uma pena. Mas oiço na mesma. Salto é a parte da conversa deprimente.
Uma coincidência engraçada em relação a esta discoteca é que na minha Faculdade, na Tertúlia, chamavam-me Xanax...
Gosto da música do espaço... e lá estarei dia 15 e claro, recomendo!
Fica na Rua do Século, nº 138, na descida de quem vem do Princípe Real, à esquerda... fica mesmo em frente ao Tribunal Constitucional.