segunda-feira, 21 de maio de 2012

Em breve a Parte III do Já alguma vez.

Como não há duas sem três e já mais três anos se passaram, o próximo post será a actualização deste tema.
Vou fazer um balanço escrito de momentos bizarros que me aconteceram desde então até agora...
Posso demorar, não sei quanto tempo vou precisar para arrumar a minha casa e memória...
Já vivi histórias incríveis que nem eu consigo acreditar...
A última foi ficar amorosamente refém pelo dono de um abraço milongueiro na meca do tango.
E pensava eu que o tango não podia mudar a vida de uma pessoa...
Era só uma "visita de estudo", mais uma milonga...
Era só experienciar o sabor de dançar na milonga Niño Bien...
Era só mas mudou tudo.

Já alguma vez..? - Parte II


A 29 de Julho de 2008, escrevi assim:
Já alguma vez te beijaram pela primeira vez em andamento numa auto-estrada e de surpresa?
Já alguma vez fizeste o teu melhor sprint por fugires, em desespero, de um bezerro que corria em fúria atrás de ti?
Já alguma vez num aeroporto, sentiste a barreira do check in, não podendo ajudar uma amiga que acabava de saber que não poderia voar contigo porque tinha, sem saber, perdido o seu bilhete de avião?
Já alguma vez tomaste banho à noite com amigos numa cascata quente numa floresta, com velas e copos de vinho, mas cheia de medo por te sentires num filme tipo “Blair Witch Project” e por terem aparecido de carro cinco ou seis homens para também ali tomarem banho contigo?
Já alguma vez salvaste uma amiga que, sem se esperar, adormeceu a andar e que parecia que não se iria desviar do poste de iluminação na rua?
Já alguma vez te salvaram de morreres atropelada por uma carruagem de turismo de cavalos que corria em velocidade na tua direcção no meio de uma praça?
Já alguma vez perguntaste a um casal de gays se eram irmãos por serem tão tão iguais um ao outro?
Já alguma vez disseste com um tom vitorioso de descoberta a alguém que “afinal estás grávida”, quando ela afinal estava apenas gorda?
Já alguma vez um gay bailarino te pediu para dançar com ele para servires de mesa de apoio para ele?
Já alguma vez dançaste com um homem metade do teu tamanho com prazer?
Já alguma vez te apaixonaste por um gay não assumido?
Já alguma vez chamaste os bombeiros num sábado aleluia às duas da manhã, para salvarem a tua gata que miava num terceiro andar, em parapeito alheio, por ter decidido dar um passeio pela porta da varanda sem conseguir regressar, fazendo inversão de marcha nesse minúsculo parapeito?
Já alguma vez foste a algum lugar sem encontrar alguém conhecido?
Já alguma vez ofereceste uma televisão por remorsos e na tentativa de preencher o vazio e a solidão de alguém que serias culposamente responsável?
Já alguma vez foste madrinha de um cão lindo?
Já alguma vez os teus amigos gozaram contigo por não teres visto o Verão Azul?
Já alguma vez adormeceste à mesa de um restaurante depois de obrigares as tuas amigas a mudar de mesa por causa da vista da janela?
Já alguma vez te saltou o parafuso da correia de transmissão e perdeste a caixa de velocidades enquanto andavas sozinha a 120 Km/h na 2ª circular à uma da manhã?
Já alguma vez puseste amigas tuas a empurrar o teu carro de madrugada em grande esforço, galhofa e correria?
Já alguma vez atropelaste um gato preto de noite?
Já alguma vez imaginaste vibrar com as músicas de uma rádio cujo público alvo são miúdos de nove a quinze anos?
Já alguma vez um professor interrompeu e partilhou publicamente na aula que aguardava o teu suspiro do dia?
Já alguma vez foste vítima de treinos adolescentes e te beijaram contra a tua vontade?
Já alguma vez te viste obrigada a devolver uma gata porque ela tinha tinha?
Já alguma vez num casamento o vento te levantou o vestido rachado, deixando à vista o teu rabo solitário e maroto?
Já alguma vez choraste de tanto rir?
Já alguma vez participaste em concursos da melhor gargalhada do grupo?
Já alguma vez te convidaram do nada no metro para vender produtos de beleza da Oriflame?
Já alguma vez foste à maternidade conhecer uma recém-nascida e perguntaste ao pai quem era o pai desse bébé?
Já alguma vez um amigo teu casado, futuro pai, pensou e questionou se tu tinhas perguntado à mãe, ainda grávida, quem seria o pai dessa criança?
Já alguma vez perdeste amigos por ciúmes absurdos das suas namoradas que os obrigaram a preterir-te?
Já alguma vez te viciaste a comer framboesas ou mirtilos ao pequeno-almoço e chocolate preto a todo o momento enquanto trabalhas?
Já alguma vez celebraste a vitória despropositadamente, euforicamente e irreflectidamente, com um ladrão carteirista incendiário ex-toxicodependente preso na EPL, pela absolvição de um dos seus crimes?
Já alguma vez assististe à transformação de um julgamento de crimes de abuso sexual de menor em troca ao vivo de declarações de amor entre arguido maior e ofendida menor?
Já alguma vez compraste códigos que se desactualizaram nessa mesma semana?
Já alguma vez pedalaste em sofrimento kilómetros em troca de uma bicicleta para a tua sala de jantar?

Já alguma vez...? - Parte I

Em 6 de Janeiro de 2008, escrevi assim:
Já alguma vez comeste em minutos uma caixa inteira de chocolates que não te pertenciam?
Já alguma vez a GNR te multou por permitires que uma amiga tua andasse no teu carro sem o cinto?
Já alguma vez bateste com o carro num entroncamento em marcha atrás contra um jipe que ficou ileso e banzado com o que fizeste?
Já alguma vez um emigrante de leste, após um acidente de viação, te chantageou em ir à praia ou a tomar café com ele em troca da justa participação à sua seguradora?
Já alguma vez paraste um comboio em legítima defesa?... e um avião, por estares em trânsito e em desespero?... e um autocarro da Vimeca, por uma amiga tua ter sido atropelada nesse momento por um carro?
Já alguma vez ganhaste um 2º lugar e uma menção honrosa num concurso de fotografia só porque era um dia de chuva?
Já alguma vez fizeste um origami?
Já alguma vez a Ana Sousa Dias te cumprimentou por engano?
Já alguma vez adormeceste no campo a contar as estrelas cadentes?
Já alguma vez te calhou o bouquet da noiva?
Já alguma vez te pediram em namoro por sms?
Já alguma vez sonhaste que o teu pai te tinha escolhido noivo, igreja, dia, vestido, convidados e padre para te casares e que naquele dia todos te esperavam?
Já alguma vez ofereceste flores a um homem e ele gostou?
Já alguma vez convidaste um homem para dançar contigo e ele deu-te uma tampa?
Já alguma vez conheceste alguém pela net que te pergunta se acreditas no amor à primeira vista?
Já alguma vez correste atrás de uma paixão de três dias, voando - literalmente - ao seu encontro?
Já alguma vez foste “pressionada” a ter “aulas particulares” de tango por um "idoso" convencido, de bigode, de manhas e de tangas?
Já alguma vez um colega teu, reformado e com idade para ser teu avô, te perseguiu com sms’s e convites insistentes para passeios no fim-de-semana?
Já alguma vez choraste, com vergonha, sem querer e sem controle, no teu restaurante habitual, à frente dos teus amigos, empregados, clientes e colegas de mesa de jantar?
Já alguma vez foste abordada por um empregado de mesa que te pergunta aonde moras e aonde trabalhas, quando te preparavas para escolher o menu?
Já alguma vez te deixaste influenciar pelas boas novas de uma sinastria astrológica?
Já alguma vez dormiste com os teus amigos na relva dos jardins do Champs-Elysées e acordaste estremecida com a voz delicada de um polícia francês que te aconselhou a acordar e seguir o teu caminho noutro local, dizendo "Je suis desolé mais vous ne pouvez pas rester ici"?
Já alguma vez dormiste com os teus amigos, numa noite de caos e de dilúvio, num saco-cama aconchegada aos recantos da arcada principal do Teatro Nacional de Praga?
Já alguma vez bateste o pé a um revisor de comboio alemão, na teimosia/esperança do regresso da tua amiga da plataforma - tinha ido às bilheteiras com uns amigos carimbar o passe de interrail deles -, que, abanava com energia e alegria a bandeirinha verde ao condutor… chorando inconsolável por aquela ter ficado para trás (num tempo sem telemóveis)… e no fim, sendo surpreendida, ainda em pranto, pelo sorriso vivo e malandro da tua amiga?
Já alguma vez viste os teus gatos a reagirem em posição de defesa/ataque ao vazio ou a algo/alguém que tu não consegues ver?
Já alguma vez acreditaste/confirmaste que o novo ano traz vida nova?"

Lisboa, 20 de Maio de 2012

Ontem foi o dia 20 de Maio de 2012 (20.05.2012), um dia 3, um dia numerologicamente de expressão, comunicação, criatividade, dança, alegria e arte... não foi à toa que foi a noite dos óscares à portuguesa pois nada é por acaso neste mundo.

Foi a noite da reunião de muitos artistas portugueses, um encontro de abraços, comunhão e reconhecimento público do valor de quem se expressa para respirar.
Uma noite de desabafos amargos que trazem à luz e a nu o que dói e assusta na alma de quem sente estes estranhos dias de caos, de ausência do que conhece, do vazio do chão e dos apoios às artes e cultura, o adubo ideal para a depressão e para a morte.
Não duvido desta morte mas acredito no renascer de humanidade e no poder das mulheres do nosso mundo.
Foi também dia de alinhamento planetário, um dia de consciência de um novo caminho que se abriu, de união em linha recta, um raio cósmico que se sentiu no corpo e na voz... 
Foi o anunciado dia de eclipse solar maia, um dia potencial de mudança com M grande, para quem acredita na vibração das fadas que entram pelas janelas em noites de sonho e de escuridão.
Hoje recomeça tudo de novo, chegou uma nova lunação em gémeos, uma energia que pede perguntas, conversa, movimento e nos dá nervoso miudinho e inquietação.
Estamos de novo na lua nova, agora o sol brinca com a lua, de quem não tira os olhos mesmo quando ela vive a sua própria sombra. 
Ela questiona a sua rota e a sua luz. 
Ele acredita nela e confia expectante no seu brilho.
Depois de um dia assim, também eu me alinho, expresso e mudo.
Mudo, deixando de ficar muda.
Mudo, alinhando-me com o poder da sombra da minha lua, do meu sagrado feminino.
Mudo, expressando-me com sons, letras, cores e símbolos. 
O Tempo muda, aperta e acelera de dia para dia. Mas será que o tempo existe?
Já dizia Walsh, se tudo muda, muda tu também.
Mudo para fora por sentir que mudo por dentro.
Mudo em casa, graças ao poder sagrado do feng shui feminino da Serpente da Lua e graças a mim.
Mudo por estar consciente do poder destas linhas.
Vivo agora numa oitava acima na escala da minha vida. 
Por tudo isto regresso a casa, cumprindo o chamamento do meu Chá na Rua.
Mas já não vou falar de "chás" nem de ruas. Isso já não me faz sentido algum.
Apetecem-me outros temas, um contributo para uma mudança de consciência que traga frutos para vivermos todos melhor uns com os outros em breve.
Isso passa, a meu ver, por mais ou menos isto, eu diria:
 - por nos conhecermos melhor por dentro;
 - por nos conectarmos com o nosso propósito de vida e com o propósito desta vida terrestre;
 - por nos aceitarmos como somos, um ser completo que tem luz e sombra tal como o sol e a lua;
- por perdermos os nossos medos e sermos quem somos;
-  por celebrarmos a Vida por termos consciência que a Morte nos espera todos os dias.
Não sei bem como irei abordar e contribuir para essa mudança pois confesso, que também eu ando perdida e a viver a sombra.
Mas acredito em mim, acredito em ti, acredito na nossa mudança e no novo mundo que aí está a chegar.
Duas coisas já aprendi e repito: o caminho faz-se acreditando e caminhando e é na partilha que encontras a felicidade.
O mundo muda quando cada um de nós mudar. 
Por isso, para ajudarmos o mundo a mudar para melhor, percebi que basta eu mudar para melhor.
Todos nós estamos em rede.
O Tempo e o Espaço são agora namorados, são cada vez mais vezes um só.
Já deste conta que quando sentes que o tempo parou, viveste um momento feliz? 
A internet devolveu-nos a liberdade, a globalidade e a comunhão fácil e gratuita, sem censura e sem barreiras.
Obrigada, Internet, sem ti este Chá na Rua não existiria!
Somos cada vez mais um só e cada vez mais um todo. 
O poder está nas nossas mãos. Tudo pode mudar, se quisermos.
E como dizia o astrólogo João Medeiros, o poder é nosso, queridas "formiguinhas"!!!
Vamos a isso?
Eu vou.
Acredito no poder energético das asas da borboleta que se sente automaticamente do outro lado do mundo.
Por isso, aqui estou e aqui vou, milonguear de olhos fechados, abraço aberto mas fechado, dançando agora sem os pés mas com as mãos e com a ajuda das fadas, do meu anjo da guarda e de todos vós.