Fotos: Lus Vasco
in http://www.visitlisboa.com/evento_detalhe.asp?id=3256
Neste sábado fui ver a nova peça do Meridional "VLCD! do lugar onde estou já me fui embora".
Gostei muito. Mais uma vez, muito bom. Regressarei seguramente ao Meridional.
Fiquei espantada por ter gostado tanto de um teatro sem texto, de uma peça em estilo clown.
Os actores são muito bons. A minha actriz preferida e a grande descoberta e fascínio daquela noite foi a interpretação da Carla Maciel. Ela é maravilhosa. É incrível. Muito expressiva, muito enérgica, muito transparente. Fazia-nos sentir tudo o que sentia e o que pensava mesmo sem falar português.
Fiquei também fascinada com a sonoplastia e música de Fernando Mota. Já o tinha visto na peça anterior sobre Cabo Verde, mas agora rendi-me.
Achei muita piada à criatividade e ginástica mental na concepção da cenografia da peça, às situações criadas cenograficamente com humor e surpresa fruto de uma imaginação extraordinária, original e bem concebida na utilização variada de simples malas de viagem. Gostei da criação artística do movimento e do ritmo das malas e dos actores. A peça é uma roda viva.
Não há tempo para nada. Não há tempo! Só velocidade. E reconheci o nosso mundo ali.... e muitas vezes, reconheci-me ali.
Praticamente não falaram a nossa língua mas percebeu-se tudo o que nos queriam dizer e tudo o que diziam uns aos outros. E muitas vezes, foi hilariante. Está muito bem feito.
Às vezes sentia que estava a ver um filme ao vivo em sueco. Ali o tempo também voa e não se consegue tirar os olhos do palco.
A luz de Miguel Seabra, que desta vez também interpreta, estava bem apesar de demasiado simples. Dava calor ao centro do palco e a luz necessária para o foco da atenção a cada momento.
A encenação de Nuno Custódio está de parabéns.
in http://www.visitlisboa.com/evento_detalhe.asp?id=3256
Neste sábado fui ver a nova peça do Meridional "VLCD! do lugar onde estou já me fui embora".
Gostei muito. Mais uma vez, muito bom. Regressarei seguramente ao Meridional.
Fiquei espantada por ter gostado tanto de um teatro sem texto, de uma peça em estilo clown.
Os actores são muito bons. A minha actriz preferida e a grande descoberta e fascínio daquela noite foi a interpretação da Carla Maciel. Ela é maravilhosa. É incrível. Muito expressiva, muito enérgica, muito transparente. Fazia-nos sentir tudo o que sentia e o que pensava mesmo sem falar português.
Fiquei também fascinada com a sonoplastia e música de Fernando Mota. Já o tinha visto na peça anterior sobre Cabo Verde, mas agora rendi-me.
Achei muita piada à criatividade e ginástica mental na concepção da cenografia da peça, às situações criadas cenograficamente com humor e surpresa fruto de uma imaginação extraordinária, original e bem concebida na utilização variada de simples malas de viagem. Gostei da criação artística do movimento e do ritmo das malas e dos actores. A peça é uma roda viva.
Não há tempo para nada. Não há tempo! Só velocidade. E reconheci o nosso mundo ali.... e muitas vezes, reconheci-me ali.
Praticamente não falaram a nossa língua mas percebeu-se tudo o que nos queriam dizer e tudo o que diziam uns aos outros. E muitas vezes, foi hilariante. Está muito bem feito.
Às vezes sentia que estava a ver um filme ao vivo em sueco. Ali o tempo também voa e não se consegue tirar os olhos do palco.
A luz de Miguel Seabra, que desta vez também interpreta, estava bem apesar de demasiado simples. Dava calor ao centro do palco e a luz necessária para o foco da atenção a cada momento.
A encenação de Nuno Custódio está de parabéns.
Recomendo vivamente esta peça.
Vai estar no Meridional até 21 de Dezembro.
Vai estar no Meridional até 21 de Dezembro.
Falar em tempo, hoje, significa acima de tudo compreendê-lo em velocidade, impõe-se uma nova ordem do mundo. Independentemente da qualidade, do valor intrínseco, da beleza, do afecto, o melhor é o que chega primeiro. Claro que a rapidez com que se vive implica também que as vivamos mais superficialmente, sem aprofundamento algum, sem vivência interior, sem a essência imaterial dos objectos que suscitaram algures o nosso interesse. No mundo em que vivemos as cidades acertam horas entre si, existem horários de verão e horários de inverno e o tempo mede-se por relógios, por telemóveis, por agendas. A capacidade de um transporte vê-se pela sua capacidade de nos fazer usar menos tempo. Tempo e velocidade. Mesmo que não haja tempo para abrir um livro no comboio mais rápido do mundo. Já chegámos? Onde queremos chegar afinal? Andamos sempre a correr. Anda-se tão apressado que tudo e todos os que possam atrasar essa marcha se transformam no inimigo. E, assim mesmo, nesse pressuposto, se fez toda uma Revolução Industrial, onde o ser humano se tornou ele próprio um bem que tem de circular para que esta grande engrenagem nem sequer sofra a fricção de um pensamento. Comer depressa, dormir depressa, amar depressa... transformou as pessoas em casas com janelas abertas para a rua mas sem alguém a espreitar por elas. [...] Há que ser feliz, aqui e agora, não numa vida depois da morte. Há que ser feliz, agora que por volta dos quarenta anos existe todo um tempo de vida que, do ponto de vista da reprodução da espécie, se tornou redundante.
in programa da peça, escrito por Nuno Pinto Custódio
VLCD! TEATRO MERIDIONAL
12 de NOVEMBRO a 21 de DEZEMBRO 08
Quarta a Sábado às 22h00 Domingo às 17h00
Rua do Açúcar 64 - Beco da Mitra
Poço do Bispo 1950-009 Lisboa
Tlf. 218689245 / 918046631
bilhete : €10