segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O que dizer quando te dizem...

"Ó... não se encoste com tanta força na cadeira porque me aleija os joelhos!!!" - dixit a minha vizinha da cadeira da fila de trás na Tribuna impar da Sala Garrett do Teatro D. Maria II, no dia 25.01.08...
Atrapalhada e sem saber o que dizer ou pensar, pedi desculpa... sem o sentir... só para mudar de página e de registo... só para conseguir parar aquele momento estranho, cómico e inexplicável.
A peça d' "O Turismo Infinito" de Ricardo Pais foi divina, como esperava... a genialidade e delícia dos textos, a eficácia, originalidade e estética da cenografia, a versatilidade dos actores e sua dicção e ritmos de expressão exímios... a luz fabulosa e rara... tudo parecia um sonho... talvez apenas um pouco parado às vezes... e infelizmente marcado por aquele episódio hilariante ou bizarro.
Foi pena ter sido o alvo daquele comentário/repto absurdo e de outro momento, igualmente infeliz onde o barulho ou burburinho de um papel de rebuçado irritante interrompeu a concentração do fio de prumo da peça. O que mais me espantou foi o tempo infinito que tomou, roubando-o a quem merecia a verdadeira atenção... às escuras, sem culpas nem vergonhas.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

"Segue o teu destino", Fernando Pessoa


Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis

Fernando Pessoa é um mundo onde eu me perco e reconheço que ainda sou uma miúda, porque tenho quase tudo por descobrir ainda.

Em breve irei ver o "Turismo Infinito" de Ricardo Pais... estou a preparar-me.
Teatro D. Maria II - Sala Garrett - 11 de Jan a 26 de Jan 2008

P.S.: Para os curiosos em astrologia, descobri este mapa astral dele num site brasileiro.


Fernando Pessoa (13.6.1888, 15h20 - Lisboa, Portugal) expressa com bastante propriedade o arquétipo geminiano. O genial poeta não apenas criou para si diversos heterônimos, cada qual com uma personalidade poética e até mesmo um mapa natal próprios (Pessoa era um estudioso da Astrologia), como também deixou poemas que apenas um geminiano seria capaz de escrever. Fernando Pessoa tinha Sol, Vênus, Netuno e Plutão em Gêmeos.

Mas preferi fazê-lo de novo no programa habitual e gratuito que uso para a astrologia - http://www.astro.com/ - porque para mim, ali a leitura fica mais fácil.
Gostaria de convidar quem perceba um pouco de astrologia a arriscar a sua interpretação do mapa astral de Fernando Pessoa. É um desafio bem giro! Quanto tiver mais tempo, prometo acrescentar a minha interpretação.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Agora ouço Beirut todos os dias...





Descobri esta banda num blog de dois amigos e desde então, que ouço todos os dias todas as músicas que vêm no seu site oficial - Beirut: http://www.beirutband.com/
Na altura, espalhei essa notícia como soube e pude... já viram o video fabuloso do elephant gun?
Toda a gente fica maravilhada... os nossos olhos e os ouvidos parece que ficam anestesiados, embaciados, embasbacados, envolvidos, inertes naquela energia e melodia... é um momento magnético inexplicável... porque é tudo tão simples, natural e belo. Todas as outras músicas também são incríveis. Quando será que os Beirut virão cá? Alguém sabe?
Espreitem o último album "The Flying Club Cup", em clips.
Uma amiga minha deu-me este link e ainda me apresentou este curioso blog de pesquisa musical. Bem giro e útil, não vos parece?
Obrigada, Cara de Osga, ELMau e Gabas linda... eu, que ainda sou junior nestas coisas, já dei por mim viciada em escrever posts e agora rendida às pequenas maravilhas que os blogs nos dão a conhecer e partilhar.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A higiene culta, enquadrada e confortável da Júlia

Eu sei que é habitual os gatos saltarem para cima de tudo... lá em casa, quem costuma fazer essas coisas é o Rául... ele até já conseguiu saltar para o topo do frigorifico e para a torre móvel de três andares da roupa lavada... mas a Júlia sempre foi tradicional na escolha dos locais para a sua higiene... e além disso, não saltou para cima mas para dentro...por isso, não resisti em fotografá-la.

Adoro assistir ao ritual da sua higiene... acho que é um momento estético fabuloso... gosto particularmente daquela engenhoca de molhar a pata na boca para depois a poder esfregar na parte de cima da cabeça, lavando-a com primor... assim consegue vencer todas as dificuldades... lá está, "nas dificuldades, é que estão as oportunidades"...


A Júlia ainda ali ficou imenso tempo... nem o flash a fez sair dali...



Ei-la expectante... estava quase perfeita a foto mas cortei o rabo e o resto da estante...
Foi a única foto que consegui apanhá-la a olhar para mim... depois, nos próximos minutos, ignorou-me sempre.

Ei-la entretida com as suas auto-lambidelas higiénicas e saudáveis em felinos e que, desta vez, em paredes meias com livros e revistas. Teimava em não olhar para a máquina...

Até eu ter uma ideia...
Tentei chamar a sua atenção com a voz de uma amiga em alta voz com quem conversava naqueles minutos no telemóvel... ambicionava tirar a foto daquele momento... uma foto enquadrada com ela a olhar para mim... dentro da estante, a fazer a sua higiene diária e habitual....
Mas estraguei tudo... a Júlia adora tecnologias e não resistiu em perceber como aquela voz vinha de um objecto no chão.


As minhas botas "à super- herói"



Ontem fui levantar as minhas botas novas "à super herói", como me disse a Liliana, uma colega minha da aula de tango... ela deu-lhe esse nome porque são super práticas e inovadoras... têm fecho à frente desde o joelho até aos dedos dos pés.

Mudo de botas para os meus sapatos de tango num ápice.

Essas (que ela viu na aula) eram de camurça preta... como já estavam mais que gastas, decidi fazer outras noutro tecido pintas e lá fui ao atelier de calçado da Fátima Alves.

Desta vez nem inventei muito... passo a explicar, lá somos nós quem escolhe o modelo, a medida, a cor do tecido, o tipo de fecho, o local do fecho... dentro dos modelos que a Fátima criou para a estação.

Além de podermos ser criativas e de usarmos sapatos que mais ninguém tem igual, o preço é metade do que se encontra nas sapatarias da moda...
Outra mais valia da Fátima Alves, para quem dança tango argentino:
Foi lá que, eu e uma amiga minha, criámos, com a ajuda da Fátima, os nossos sapatos especiais para dançar tango... porque em Lisboa, os únicos sapatos argentinos para tango vendem-se no "Ballet Etc" na Estefânia ou na fábrica Rummos do Porto... e a um preço inflacionado! Já os vi por € 167!!

É também por isso que sonho todos os dias na minha viagem a Buenos Aires... lá os sapatos de tango vendem-se de mil e uma cores e feitios por trinta ou quarenta euros...
Por estas e por todas as razões, experimentem este ateliar/fábrica/loja da estilista Fátima Alves.
Como tal, deixo aqui o contacto:
Av. Afonso III, 24 ATel: 21 813 71 94 e 96 616 93 09
Fica na descida do Alto de São João, depois da curva do lado esquerdo de quem desce, numa esquina ao lado da paragem da carris. Não estranhem... não tem montra nem publicidade... é meio secreto e só tem o botão da campaínha à vista.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O meu ecstasy semanal

Ervas? Chocolate? Ecstasy?
O ecstasy é uma droga sintética derivada da anfetamina, com propriedades estimulantes e alucinógenas.
Há relatos que ela causa bem-estar, conforto, empatia, criação de laços com os outros, bem como complicações como a hipertermia, desidratação, hiponatremia, blackouts, exaustão e até mesmo a morte. E claro, é capaz de causar dependência.

Ontem dei conta que estou literalmente viciada nas minhas aulas de salsa na JustDanceSchool, tal como se fosse ecstasy.

Os meus sintomas:
- sinto um enorme bem estar, alegria, conforto e empatia com os meus colegas na aula;
- no fim da aula, sinto terrivelmente a desidratação;
- muitas vezes, no dia seguinte, sinto blackouts musculares;
- sempre que vou dançar salsa ao Barrio, sinto exaustão;
- conto os dias para chegar terça-feira (o dia das minhas aulas);
- sinto dependência física e psicológica da aula;
- as aulas fazem-me esquecer os meus problemas e preocupações;
- as aulas contribuem sem esforço para o encontro com a minha Felicidade;
- quando vou para casa, não consigo adormecer senão de madrugada;
- na escola, sinto-me radiante e entre amigos;
- dou gritos de alegria e de prazer enquanto danço;
- giro sem parar e sem medo;
- sorrio reiteradamente para estranhos com convicção;
- entrego-me com paixão ao abraço e ritmo do próximo;
- fico chateada ou irritada quando tenho de faltar à aula;
- peço descaradamente números de telefone aos meus colegas só para poder combinar dançar salsa noutros sítios e datas;
- tremo os braços e o tronco ao ritmo da música;
- prefiro ir a uma festa de salsa do que sair com os meus amigos ao Bairro Alto;
- suporto o desconforto da espera e dos convites masculinos para poder dançar;
- os meus amigos quando me veêm dançar salsa, dizem que me transformo radicalmente;
O que me dizem? Estarei viciada?
Se sim, é um vício maravilhoso, porque não tem a parte má do ecstasy da vida real.

Presto aqui a minha homenagem aos meus brilhantes - porque brilham sempre!...em palco e aos meus olhos - professores Nuno e Vanda e também ao Guima e Ana, da Just Dance School... sem eles este vício nunca seria possível.

A JustDanceSchool é super acessível financeiramente e fica na Alameda Universitária da Ajuda, ao lado da Faculdade de Veterinária e de Arquitectura. Os professores são fantásticos e não é necessário par para frequentar as aulas... eles até nos "oferecem" avançados para dançar connosco!
Parece bom demais, não é?... mas é verdade. Eu vivo esse sonho desde Fevereiro de 2006.

O Nuno e a Vanda são os representantes de Portugal nos congressos mundiais da salsa... além disso, ganharam o 3º lugar naquele concurso do "Aqui há talento!" da RTP, em Janeiro de 2007.

Tem videos fabulosos das suas exibições.
A não perder... o vício ou o blog.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

ANÚNCIO milongueiro

____________ ANÚNCIO_________________
O tango na rua convida-vos a sentirem a magia do tango argentino na sua próxima milonga gratuita e de entrada livre, que se realizará no Grémio Lisbonense - um espaço único e pitoresco, onde as cartas, danças, concertos e o convívio foram condenados ao despejo e por isso, um espaço quase em extinção -, que fica no Rossio, no edifício geometricamente em frente ao Teatro D. Maria II, neste sábado, dia 19, das 18h às 21h. __________________________________________________

A milonga do Grémio é mais ou menos como se vê neste video, onde eu apareço a dançar no fim:
http://youtube.com/watch?v=KehAVAhOQnE
[Video da autoria do DJ Varandas, aqui publicado com o seu consentimento].
P.S.: Milonga, pode ser não só um baile de tango argentino como um tipo de música de tango argentino.
Para qualquer informação, espreitem o blog do tango na rua acima linkado ou perguntem-me.

Eu estarei lá para vos receber e para dançar. Apareçam... nem que seja para tirar fotos lindas. Nós agradeceremos e prometemos publicá-las no nosso blog.

O sushi e o JAPA


No sábado fui jantar sushi ao JAPA, no Campo Pequeno.
Já lá tinha ido no Verão... mas nessa altura, em Agosto, não foi preciso reservar.
Agora é... e percebe-se porquê... os lisboetas renderam-se ao sushi e ao JAPA.
A comida é maravilhosa e o sítio lindo e bem localizado... os empregados e o chefe de mesa bastante simpáticos... apesar de não termos reserva, aconselharam-nos a esperar um pouco num sofá... e voilá... um jantar gastronomicamente magnifíco!
Relembrei-me do quanto eu gosto de sushi... e de toda a comida e pastelaria japonesa... gosto de guioza, de niguiris, de sashimi, de uramaki tataki, de uramaki california roll, de tempura... do gelado de feijão japonês e dos bolinhos tipos esquecidos com recheio de doce de feijão. Hummmm, que delícia!

No supermercado asiático, em Sacavém, também se vende sushi take away bem bom e barato.

Já ando a combinar com amigos experimentar outros espaços novos de sushi. Não resisto em não repetir em breve.
Abriu agora um novo, o Tsuki na Rua de São Mamede e falta-me experimentar o do Estado Líquido e o Assuka, que já me disseram várias vezes e várias pessoas que são os melhores de Lisboa.
Há imensos agora em Lisboa: o Origami na Expo, um ao pé do Mundial, outro na Rua da Rosa, outro no Páteo do Picoas Plaza.... entre aqueles que já experimentei, aconselho o JAPA.
É bonito, "barato" e bom.
Digo barato entre aspas porque nunca é tão barato quanto todos os apreciadores de sushi gostariam.
O único problema é este restaurante estar dentro da arena.

JAPA - Kaiten&Sushi, Resto&Lounge. Cozinha japonesa feita por japoneses.
Aconselham reserva.
Localização : Praça de Touros do Campo Pequeno, loja 605, piso 0 do Torreão virado para a Av. Defensores de Chaves com entrada pelo exterior da Praça
Horário: Aberto todos os dias (incluindo domingos e feriados). Das 12:00 às 15:00 e das 19:30 às 02:00

sábado, 12 de janeiro de 2008

"O Avarento" dos Praga, CCB


Ontem fui ao CCB à estreia da peça "O Avarento" do Teatro Praga que encenou em parceria com José Maria Vieira Mendes.
Muito giro. Hilariante até. LOL.
São cinco actos. ;)... Demora muito tempo (21h-00h40) mas recomendo.
Pena não ter conseguido jantar... tudo por causa de um "tpc" para uma aula de hoje de manhã, que acabou por ser cancelada telefonicamente, quando ia a caminho do CCB... enfim... penei sem jantar até à uma e meia da manhã!...
É minha obrigação confessar que a culpa foi toda minha (ou nossa)... os Praga fazem intervalo, claro...mas quis o desespero da fome cegar-me (cegar-nos).
Eu explico... no intervalo, corremos seca e meca à procura de uma sandocha ou do famoso e oportuno pastel de bacalhau... isto é, assim que possível, corri (corremos) de imediato ao café Quadrante... que estava fechado... depois, em passo apressado, ao restaurante "A Comenda"... fechado também... quando regressámos, frustrados e famintos, reparámos que o bar do Pequeno Auditório estava aberto!!... e cronologicamente inacessível... era uma bicha infindável e as badaladas do CCB tocavam como se fazia no meu colégio para anunciar o fim do recreio... era tarde demais... regressei à primeira fila do auditório e mergulhei na casa de Arpagão.
A verdade é que esta pérola fez esquecer a minha sorte.
Sorri o tempo todo e ri-me mais que o habitual. Ouvi imensas gargalhadas sonoras do público. Não fui só eu.
A história tem cenas hilariantes e sempre muito bem esgalhadas.
É uma peça bem disposta, com muitos momentos garantidos de riso e espanto, com muitas personagens clássicas mas agora irreverentes, cheia de apontamentos estéticos, musicais, aquáticos e sempre provocadores!
Gostei muito muito das danças do Cleanto.
Ele é um bailarino maravilhoso. Não consegui tirar os olhos dele e de todos os movimentos do seu corpo. Mexe tudo, tão bem e tão graciosamente.
É exímia e deliciosa a sua interpretação labial silenciosa no simulado clip ao vivo da música francesa que tantas vezes ouvi no carro do meu pai a caminho da Freixeda... e que passa no fim da peça.
Gostei muito dos beijos desenfreados, fraternais e libidinosos, por tudo e por nada da Elisa.
Amei e admiro a sua descontracção com o seu corpo em palco. É incrível como ela trata a gordura por tu.
Ela consegue ser mais sedutora do que qualquer miúda com as medidas certas.
Espreitem este pequeno video da peça:
http://teatropraga.blogspot.com/2008/01/avarento-courtesy-of-6-minutos-de-fama.html
Vai estar no Pequeno Auditório do CCB de 11 a 19 de Janeiro.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Adegga, um projecto de um amigo e de portugueses

Um amigo meu criou um site muito à frente que já vem nos jornais e tudo.
Inventou com uns amigos um site tipo hi5… mas para vinhos.
Chama-se Adegga.
Espreitem e usem.
É bastante útil… por exemplo, quando forem jantar à minha casa, já sabem o que eu tenho na garrafeira ou o que me falta… ou o que fica bem com a ementa desse jantar. ;)
O que mais gosto é da iniciativa de criar coisas novas inovadoras, de ele ter resistido aos obstáculos sempre com um sorriso e de já ser reconhecido pelo seu trabalho.

Já andou de avião por causa desse projecto.
Já falou com imensos vinicultores de todo o mundo... e em conferências internacionais e tudo.
O que é nacional é boooooom.
Porque é que o português nunca valoriza o que é português?
Enquanto não mudarmos essa mentalidade, não iremos muito longe...
Parabéns, André!

Já não precisas deste post, é certo... mas é irresistível não falar da tua Adegga.

Uma imagem... e as tuas palavras.

Ainda dizem que uma imagem vale mais que mil palavras.
Aqui passa-se exactamente o contrário.

O desafio - no blog do ElMau - é dar mais valor às palavras.
É uma brincadeira.

Ele dá-nos imagens e convida-nos a contextualizá-las.

É bem giro. Já participei. E tu, porque não?

Raízes e expectativas


A terra do meu pai tem um blog e a da minha mãe uma termas.
A terra do meu pai fica perto do Rio Douro e das pinturas de arte rupestre e a da minha mãe fica perto da aldeia mais portuguesa mas colada aos nuestros hermanos.
Quando estou na Freixeda, dizem sempre que se vê logo que sou filha do Zé Alexandre e neta da Felizbela, a Lobona.
Quando estou em Monfortinho, dizem o contrário, que sou mesmo filha da Leta e que tenho os olhos e a pele escura do Tó Bonito, o Farragas.
O meu pai diz-me que eu nasci para lhe facilitar a vida e que até podia ser primeira-ministra, se quisesse.
A minha mãe ensina-me que uma menina de família deve ser virgem e arrumada.
Concluo que sou mistura bem feita e enraízada em expectativas alheias.

Em vez de sentir as raízes em baixo, sinto-as em cima, como nesta fotografia.
Gosto das minhas raízes beirãs e apoio o combate à desertificação.
....
Quando estou em Lisboa,
sou minha e consigo ser apenas eu.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Ano novo, lua nova.


Ano novo, vida nova.
Vida nova, lua nova.
Lua nova, novo amanhã.
Novo amanhã, novo dia.
Novo dia, nova vida.
Nova vida, ano novo!
Amanhã é dia de
lua nova.

Podes começar já amanhã a vida nova!
:):):):):):):):):):):):):):):):):)
Eu sinto que já comecei a minha. :)

Almoços no Granovita

A propósito dos almoços no Granovita, lembrei-me de um episódio surreal que me aconteceu com a Joana (cfr. post anterior) e com uns amigos dela.
Falava-se de animação e de ilustração...e eu, que nada sei sobre o assunto, resolvi dar o ar da minha graça, dizendo que o único ilustrador que conhecia era o João Fazenda.
Logo na mesa, soltou-se um espanto colectivo e só eu não percebi o que se passava.
Depois, um dos meus companheiros de almoço disse-me: "Mas isso é impossível!!!... porque eu sou o João Fazenda e não te conheço!!!!"
Morri de vergonha e de surpresa.
Lá tentei desfazer o equívoco, explicando que eu era a filha da Julieta - amiga e colega da mãe dele - e que ele me tinha desenhado a minha fita de finalista naquele ano... mas aposto, que tal como eu, ele ainda hoje não se esqueceu desse episódio.

"Queres Bordalo?" de Pedro Proença


Conheci o Pedro Proença em 1998, por ser o marido da Joana (que fazia animação), uma colega minha do alemão - que aprendia no Goethe Institut de Lisboa - e almocei com eles, muitas vezes, no Granovita... sem saber quem ele era artísticamente.
Fiquei pasmada um dia a vê-lo a ser entrevistado na tv por causa de uma exposição no CCB... Ele também é o autor do painel de azulejos da Fábrica Lusitânia, em Carnaxide.
Esta exposição inaugura dia 10 de Janeiro no Museu Bordalo Pinheiro, no Campo Grande, em Lisboa. Vou tentar ir à visita guiada por ele no dia 19, pelas 16h.

EN TUS BRAZOS e noutros, mais reais... numa milonga perto de si

Espreitem uma animação deliciosa de tango argentino - da autoria de FX Coby, Edouard Jouret e Matthieu Jouret - que eu vi projectada numa parede de uma milonga na Fábrica do Braço de Prata no fim do ano passado.
Dá ou não dá vontade de aprender tango argentino?
Eu estou a aprender com a professora argentina Miriam Nieli, na Casa de Lafões, na Rua da Madalena, em Lisboa... e adoro.
Deixo aqui um video real que recebi por email sem legendas... alguém arrisca adivinhar o nome dos tangueiros e/ou o nome da música?...
Sempre que quiserem sentir o encanto do tango argentino ou a magia de uma milonga, apareçam numa milonga de entrada livre, organizada pelo tango na rua, pelas ruas e recantos pitorescos de Lisboa.


Sempre que quiserem perder-se a ver videos amadores de tango argentino, aconselho o site recheado do DJ Varandas.

Votos "bacanos" para 2008

Recebi agora estes votos por email e porque acredito neles, divulgo-os.




















E as gerações vindouras agradecerão, se os conseguirmos cumprir.




domingo, 6 de janeiro de 2008

Já alguma vez... ?

Já alguma vez comeste em minutos uma caixa inteira de chocolates que não te pertenciam?
Já alguma vez a GNR te multou por permitires que uma amiga tua andasse no teu carro sem o cinto?
Já alguma vez bateste com o carro num entroncamento em marcha atrás contra um jipe que ficou ileso e banzado com o que fizeste?
Já alguma vez um emigrante de leste, após um acidente de viação, te chantageou em ir à praia ou a tomar café com ele em troca da justa participação à sua seguradora?
Já alguma vez paraste um comboio em legítima defesa?... e um avião, por estares em trânsito e em desespero?... e um autocarro da Vimeca, por uma amiga tua ter sido atropelada nesse momento por um carro?
Já alguma vez ganhaste um 2º lugar e uma menção honrosa num concurso de fotografia só porque era um dia de chuva?
Já alguma vez fizeste um origami?
Já alguma vez a Ana Sousa Dias te cumprimentou por engano?
Já alguma vez adormeceste no campo a contar as estrelas cadentes?
Já alguma vez te calhou o bouquet da noiva?
Já alguma vez te pediram em namoro por sms?
Já alguma vez sonhaste que o teu pai te tinha escolhido noivo, igreja, dia, vestido, convidados e padre para te casares e que naquele dia todos te esperavam?
Já alguma vez ofereceste flores a um homem e ele gostou?
Já alguma vez convidaste um homem para dançar contigo e ele deu-te uma tampa?
Já alguma vez conheceste alguém pela net que te pergunta se acreditas no amor à primeira vista?
Já alguma vez correste atrás de uma paixão de três dias, voando - literalmente - ao seu encontro?
Já alguma vez foste “pressionada” a ter “aulas particulares” de tango por um "idoso" convencido, de bigode, de manhas e de tangas?
Já alguma vez um colega teu, reformado e com idade para ser teu avô, te perseguiu com sms’s e convites insistentes para passeios no fim-de-semana?
Já alguma vez choraste, com vergonha, sem querer e sem controle, no teu restaurante habitual, à frente dos teus amigos, empregados, clientes e colegas de mesa de jantar?
Já alguma vez foste abordada por um empregado de mesa que te pergunta aonde moras e aonde trabalhas, quando te preparavas para escolher o menu?
Já alguma vez te deixaste influenciar pelas boas novas de uma sinastria astrológica?
Já alguma vez dormiste com os teus amigos na relva dos jardins do Champs-Elysées e acordaste estremecida com a voz delicada de um polícia francês que te aconselhou a acordar e seguir o teu caminho noutro local, dizendo "Je suis desolé mais vous ne pouvez pas rester ici"?
Já alguma vez dormiste com os teus amigos, numa noite de caos e de dilúvio, num saco-cama aconchegada aos recantos da arcada principal do Teatro Nacional de Praga?
Já alguma vez bateste o pé a um revisor de comboio alemão, na teimosia/esperança do regresso da tua amiga da plataforma - tinha ido às bilheteiras com uns amigos carimbar o passe de interrail deles -, que, abanava com energia e alegria a bandeirinha verde ao condutor… chorando inconsolável por aquela ter ficado para trás (num tempo sem telemóveis)… e no fim, sendo surpreendida, ainda em pranto, pelo sorriso vivo e malandro da tua amiga?
Já alguma vez viste os teus gatos a reagirem em posição de defesa/ataque ao vazio ou a algo/alguém que tu não consegues ver?
Já alguma vez acreditaste/confirmaste que o novo ano traz vida nova?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A Júlia e o Rául



Já não consigo imaginar a minha vida sem a Júlia e sem o Raúl... a minha casa não teria certamente a mesma graça e as minhas visitas saíriam sempre sem recuerdos brancos e finos nos seus casacos.
Morri de saudades deles neste Natal... Lembro-me bem de um comentário de uma amiga minha, ex-emigra, sobre o primeiro efeito da partida de Lisboa. Disse-me que, sempre que regressava à sua casa europeia, de quem logo sentia falta era do seu Tuva e do seu Baco... hoje compreendo-a lindamente... na altura, não achei grande piada.

É giro sentir agora estas coisas... ter gatos é maravilhoso... a minha mãe sempre mo proíbiu. Tive peixes que morreram de boca aberta e piriquitos que comeram os seus próprios filhos... foi traumatizante. Cães e gatos era proíbido.

Eis uma das maravilhas de viver sozinha. :) Já não tenho de obedecer a regras alheias à minha vontade. Ela está inconsolável, claro.

A Júlia chegou a minha casa, com seis meses, no dia 9/10/2005, enrolada nos braços da madrinha Jolie e graças à paciência da madrinha Borges, num dia de chuva e de eleições autárquicas. Lá as convenci em espreitar a feira da expo dos animais abandonados... ela estava enjaulada e pertencia ao "S.O.S. da Bicharada"... naquela noite, tinha sonhado que tinha um gato... resolvi seguir a pista inconsciente e tentar concretizar literalmente aquele sonho... e voilá!..talvez porque carregava a culpa de ter atropelado um gato e de ainda me lembrar bem dos seus gemidos de dor e aflição.


O Rául Lin(d)o chegou no dia 23/05/2006. Já tinha um ano. Dei-lhe esse nome em homenagem ao grande arquitecto português. Isto, porque, por coincidência, naquela manhã tinha visitado a Casa de Santa Maria, em Cascais... andava a estudar a sua obra e a preparar uma visita guiada sobre aquela pérola, agora património de todos nós e de entrada livre, para as minhas aulas de História de Arte Portuguesa... com a Ana Pérez Quiroga, no C.C.L. do ISCTE.


O CCL é algo fabuloso: cursos livres, pós-laborais, de àreas diversas e sempre interessantes, ensina mil e um dialectos a preços de saldos o ano inteiro. Vejam http://www.ccl.pt/.


A história do Raúl também é engraçada... procuravámos uma companhia para a Jú... e para amortecer os meus remorsos e a minha culpa... andava sempre na rua e ela sempre em casa, fiel e à minha espera.

Apresentei-lhe a Amália... não correu bem... bufaram-se e engalfinharam-se logo... e tinha tinha.

E sem aviso, apareceu o Rául. Chegou com a sentença de morte anunciada, e alegadamente, seria capado, com vacinas e saudável. Nada disso, como imaginam... hoje está vivo graças ao telefonemas da tia Paula, ao amor à primeira vista atípico da Júlia - isto é, à sua passividade anti-patadas cranianas súbitas mas temporárias da Jú, de que junto video doméstico mais abaixo- e à minha fé em interpretar os pequenos sinais - que certamente não acontecem por acaso - n(d)a vida.

Fiz muito bem em recebê-lo em nossa casa... hoje somos felizes e eles, só têm olhos um para o outro. Ganhámos todos e sinto que já sou prescindível... e que posso continuar a andar na rua.


O meu primeiro post

Hoje criei o meu blog... já há muito tempo que sentia e recalcava a vontade de o fazer.
Seguindo o impulso de um título de uma revista que estava no escaparate da montra de uma papelaria há bocado, decidi saltar mesmo para o mundo virtual. :P
Sempre quis esperar pelo momento certo para isso.
Mas a verdade é que não há momentos certos.
Ou então, o momento certo é quando se sente que é o momento de o fazer ou quando se faz sem se pensar que se está a fazer... enfim, ei-lo. ;)
Estou contente por isso.
Gosto do nome que inventei: "Chá na Rua".
Já tinha pensado em imensos, como:
"omeupédedançaquenãosecansa", mas não podia ser porque era muito comprido,
ou "ameninadança?" - mas achei que era muito old fashion,
ou "queresdançar?" - mas achei que se resumia apenas à dança e eu quero falar de outras coisas...
ou "maiscommenosdámais" - mas achei que ficaria confuso,
ou "segue-me" - mas achei que seria demasiado pretencioso,
ou "f(o)ui" - estive muito inclinada para este nome mas achei-o frio demais...
escolhi o "chá na rua" por ser parecido com o meu nome e por fazer jus à minha forma de estar na vida.
Já muitas vezes tinha pensado em anotar as coisas aonde vou ou que me acontecem... mas pensei que seria só para mim... mas porque não partilhá-lo com todo o mundo?
Afinal, eu estou na era virtual, o meu dia-a-dia é completamente virtual... as relações que ultimamente me têm angustiado mais têm sido completamente virtuais... lol....porque não mergulhar de cabeça no mundo virtual? Aqui vou eu! :)
Já fui até convidada para frequentar aulas de escrita criativa.
Certamente que isso é sinal que não escreverei assim tão mal.
Sou conhecida por escrever de uma maneira própria e por fazer metáforas só minhas.
Geralmente só escrevo quando não ando bem nos amores... mas porquê ser sempre assim?
Uma outra amiga chegou já a pedir-me para registar as minhas histórias... ou melhor, os meus fiascos amorosos... são tão patéticos e hilariantes que devem ser imortalizados, disse-me ela carinhosamente... ao menos servem sempre para fazer rir as minhas amigas. ;)
Não percebo bem porque é que se repetem sempre da mesma forma... será sempre um problema meu?
Sobre mim...
Gosto muito da minha vida, da minha casa, dos meus amigos, da minha família e dos meus gatos. Gosto de descobrir locais e coisas novas, diferentes do habitual.
Gosto muito de andar de um lado para o outro.
Gosto de viajar, aprender e falar várias línguas.
Gosto muito de dançar.... e arrisco dançar todo o tipo de dança... tango argentino, salsa, kizomba, funk, streetdance, danceMTV, funaná, semba, morna, forró... enfim, tudo o que tenha ritmo e que mexa comigo.
Gosto mesmo muito dos meus amigos. E gosto que eles saibam e sintam isso.
Gosto de tomar chá... com eles.
Comprei imensos tipos de chás diferentes em Londres.
Gostava de provar e de saber identificar de imediato o sabor... mas ainda não consigo.
Gosto de andar na rua.
Gostava que o meu blog fosse tipo "Time out" para quem o lesse.
Será demasiado ambicioso?
Gostava que inspirasse o dia dos outros e que fosse um registo fiel dos meus passos e um guia útil para quem gosta de fazer as mesmas coisas que eu.
Dizem que tenho uma energia leonina que ferve em demasia.
Já percebi que a minha energia pode assustar muito.
Mas também já me disseram que a minha energia "pertence ao lado bom da força"!
Por isso, decidi canalizá-la para as coisas boas da vida... e partilhá-las aqui no meu blog convosco.
Saudações virtuais.