Tradução Renato Correia
Encenação Ricardo Aibéo
Cenário Joana Villaverde
Desenho de Luz José Álvaro Correia
Interpretação David Almeida, David Pereira Bastos, Luis Miguel Cintra, Ricardo Aibéo, Sara Carinhas, Sofia Marques e Tiago Mateus
Encenação Ricardo Aibéo
Cenário Joana Villaverde
Desenho de Luz José Álvaro Correia
Interpretação David Almeida, David Pereira Bastos, Luis Miguel Cintra, Ricardo Aibéo, Sara Carinhas, Sofia Marques e Tiago Mateus
Georg Büchner (1813-1837), singular dramaturgo alemão, autor das peças “Woyzeck”, “A Morte de Danton” e “Leôncio e Lena” e da novela “Lenz”, morreu precocemente com 23 anos de idade, vítima de tifo. Foi um dos adolescentes geniais de vida curta, filho único da poesia, ao lado de Lautréamont e de Rimbaud. A obra de Büchner, tão preciosa quanto escassa, só foi reconhecida e dada a conhecer quase cem anos após a morte do autor.
Hoje é considerado, dentro do teatro universal, um génio, um visionário, um percursor do teatro moderno e de várias tendências que se afirmaram no século XX: o Expressionismo, o Teatro Existencialista, o Teatro do Absurdo, etc.
É citado como referência estética tanto por Bertolt Brecht, como por Antonin Artaud (correntes opostas, porém unânimes em apontar a importância de Büchner). Com uma escrita inovadora, altamente poética e politizada, Büchner utiliza em “Leôncio e Lena” a estética do Romantismo para, servindo-se dos seus recursos, a criticar. Utiliza um enredo romântico para fazer uma denúncia demolidora e satírica contra a falta de espírito público e a tirania absurda dos reis, dos governantes. Nesta obra-prima que é “Leôncio e Lena”, anterior a "Rei Ubu" de Alfred Jarry (tão moderna quanto sua sucessora), Büchner criou aquilo que cem anos após ter sido escrita, Artaud viria a chamar de “realidade poética”. (retirado do programa do Teatro da Cornucópia)
É citado como referência estética tanto por Bertolt Brecht, como por Antonin Artaud (correntes opostas, porém unânimes em apontar a importância de Büchner). Com uma escrita inovadora, altamente poética e politizada, Büchner utiliza em “Leôncio e Lena” a estética do Romantismo para, servindo-se dos seus recursos, a criticar. Utiliza um enredo romântico para fazer uma denúncia demolidora e satírica contra a falta de espírito público e a tirania absurda dos reis, dos governantes. Nesta obra-prima que é “Leôncio e Lena”, anterior a "Rei Ubu" de Alfred Jarry (tão moderna quanto sua sucessora), Büchner criou aquilo que cem anos após ter sido escrita, Artaud viria a chamar de “realidade poética”. (retirado do programa do Teatro da Cornucópia)
Como já aqui escrevi, ir ao Teatro de Cornucópia é, para mim, sempre um prazer e uma enorme satisfação, mesmo quando sinto que estou sentada há mais de três horas no mesmo sítio!...
Foi lá que fui, em consciência, ao teatro pela primeira vez e foi aquele teatro que acolheu calorosamente o grupo de teatro a que orgulhosamente pertenci quando adolescente.
Por maioria de razão, ir lá ver o habitual bom trabalho de desenho de luz de quem muito admiro e estimo, ainda mais satisfação me deu.
A interpretação do senil rei Pedro a cargo de Luis Miguel Cintra é hilariante, brilhante e totalmente convincente. Assim como a dupla de polícias, tipo bucha e estica, mas agora em altura e não largura. Os cenários, figurinos e o desenho do cartaz estão divinos de tanta simplicidade. A boa disposição impera e diverte. O texto é literariamente requintado e bem escrito. Vale a pena ir ver.
Aborda-se, com humor e eloquência, usando como desculpa a fuga a um casamento real arranjado, o tema do poder sobre um povo versus a inércia e apatia na gestão estéril e cansada desse poder, o contraste entre o egóismo inglório de um rei e a escravidão e pobreza do seu povo, o contraste irónico entre o tédio e a ânsia de reforma de um velho rei e os sonhos, aspirações e idealismo de um jovem princípe que quer mudar o mundo e os destinos do seu povo, desobedecendo ao seu destino que acaba por cumprir.
As restantes interpretações são equilibradas, conseguindo todo o grupo uma unidade muito coerente, interessante e divertida.
Recomendo vivamente.
1 comentário:
um beijo grande alex!
fico contente que tenhas gostado
zé
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