Ontem fui com uma amiga ver este espectáculo de rua no Castelo de S. Jorge de Clara Andermatt (Festival Alkantara) e no meio de todo aquele cenário natural magnifíco mas absurdo... um mundo que fazia lembrar os olherápos da Expo... espécies esquisitas, feias, loucas e desconfortáveis, rastejantes e um saltitante gigante (curiosamente, era o meu professor de kizomba...), no meio de sons de piano, de vozes em sofrimento e em chama, de guinchos, intervalados por uma voz cândida de canto lírico que chegava pelo ar, por cima das oliveiras, no meio de coreografias concentradas de velhos e velhas, vaidosos pela causa que cumpriam, que cantavam músicas, repetiam trejeitos ou expressões ou uivavam cúmplices, com paus e abóboras na cabeça, ouvi uma senhora perguntar-me o que poderia querer dizer tudo aquilo.
Sorri e disse que essa era a questão da performance...
Mas a verdade é que também nós viemos para casa com essa dúvida. Regressámos a casa a falar e a rir sozinhas, intrigadas com aquela pequena loucura plástica cómica-absurda.
Alguém foi ver? Alguém dá uma ajuda a interpretar?
O que terá sido? O contraste do bem sobre o mal, o paraíso versus inferno, o que era ou o que pretendia ser? Quem consegue ler o pensamento/coreografia de Clara Andermatt?
1 comentário:
Sinceramente com tanta ponta solta, com textos que pareciam exercicios colectivos de escrita, com os elementos que não encaixavam uns nos outros... e os velhos? o que faziam ali os velhos, que queriam transmitir os velhos? Seriam eles mais, que um exercicio junto da comunidade?
Acho que nem a própria Clara Andermatt o saberá dizer. De qualquer forma eu acho que aquela tentativa temática se aproxima de um purgatório.
Valeu só pelo espaço, pelos adereços e pela Lúcia Sigalho que por pior que seja o contexto é sempre interessante de ver... E como diria quem eu cá sei, pelo Parkour...
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