terça-feira, 11 de março de 2008

"Fernando e Gabriela" do Teatro da Trindade


Sexta-feira passada fui ver a peça "Fernando e Gabriela" que está no Teatro da Trindade, de 6 a 29 de Março, do Gato que Ladra, Associação Cultural.
A peça é castiça e bem disposta... fez-me lembrar o baile da festa da terra do meu pai, a Freixeda do Torrão, aonde irei passar mais uma Páscoa em família, desta vez rodeada dos meus seis primos mais novos da Freixeda e do meu afilhado de Lisboa, a futura geração das minhas raízes.
O ano passado na festa da Freixeda, convidaram a Mónica Sintra!!!... confesso que falhei essa bela festa pimba... é sempre em meados de Agosto, com um calor abrasador e demasiados migrantes e emigrantes para socializar... prefiro ir na Páscoa com as amendoeiras em flor ou nas geadas do Natal ou na época pré-vindimas dos meus tios... sim, porque fazer vindimas é uma estuxa do pior! Não é um acontecimento tão apetecível e engraçado como se imagina...


Comecei desde cedo a ajudar nas vindimas da minha tia Lena... cheguei mesmo a levar amigas para participar em tamanho evento... uma das minhas amigas, na primeira noite teve pesadelos, só via uvas e mais uvas, parreiras e uvas por todo o lado... é uma verdadeira violência a vindima!
Apanhar uvas, de tesoura na mão e rabo para o ar, à torreira do sol, com sede e dores de coluna, sempre sem parar, de sol a sol, é algo inesquecível que eu fujo e tento evitar de há uns anos para cá... tem a sua piada em família, mas ultimamente, tenho-me apenas oferecido para "aguadeira"! Levo a àgua a quem sonha por ela... toda a gente me recebe com um sorriso, na verdade participo nas vindimas, tenho até, um papel essencial que ninguém esquece e toda a gente anseia... e safo-me à canseira do "rabo para o ar", salvo seja.
Fico de rastos nos dias seguintes ao fim-de-semana das vindimas e por isso, já estou traumatizada para o restos dos dias da minha vida... "não é trabalho para uma rapariga urbana", esta é a minha justificação formal, anti-peso de consciência e socialmente aceite... às vezes, dá jeito fazer uso deste tipo de preconceitos, quando são a nosso favor.
Retomando o meu comentário à peça do "Fernando e da Gabriela"... diverti-me, dancei por dentro e cantarolei até. À sexta à noite, depois de um dia de trabalho, sabe bem uma peça assim, que não obriga a pensar e que obriga a (sor)rir... pôs-me bem disposta! Tem dois actores talentosos que se transformam em palco, com músicas cantadas por eles ao vivo, com letras humorísticas particulares e tem ainda a fabulosa luz cénica de um amigo, o meu único amigo que dá à luz... e que, como sempre, brilha e faz brilhar os artistas/actores.

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