"Ó... não se encoste com tanta força na cadeira porque me aleija os joelhos!!!" - dixit a minha vizinha da cadeira da fila de trás na Tribuna impar da Sala Garrett do Teatro D. Maria II, no dia 25.01.08...
Atrapalhada e sem saber o que dizer ou pensar, pedi desculpa... sem o sentir... só para mudar de página e de registo... só para conseguir parar aquele momento estranho, cómico e inexplicável.
A peça d' "O Turismo Infinito" de Ricardo Pais foi divina, como esperava... a genialidade e delícia dos textos, a eficácia, originalidade e estética da cenografia, a versatilidade dos actores e sua dicção e ritmos de expressão exímios... a luz fabulosa e rara... tudo parecia um sonho... talvez apenas um pouco parado às vezes... e infelizmente marcado por aquele episódio hilariante ou bizarro.
Foi pena ter sido o alvo daquele comentário/repto absurdo e de outro momento, igualmente infeliz onde o barulho ou burburinho de um papel de rebuçado irritante interrompeu a concentração do fio de prumo da peça. O que mais me espantou foi o tempo infinito que tomou, roubando-o a quem merecia a verdadeira atenção... às escuras, sem culpas nem vergonhas.
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